Uma súbita, mas já rotineira, tristeza, tomou conta do meu ser. Encolhi-me, quis morrer.
Mas adiante, quando cravei o primeiro pé no chão, parei e me veio a cabeça: "Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acaba..." tal dito popular, retrata bem a roda da fortuna que é viver.
Foi quando então fui tomada por um repentina vontade de viver, ser resiliente, ter essa capacidade da qual fui agraciada, e que brota de minhas entranhas, lidar com meus problemas, transformar todos os obstáculos em aprendizado pra seguir em frente, mais forte.
E antes que você pense, que estou tentando me reerguer... não. Não houve queda.
Me dei conta que de fato, nunca cai. O que tentou me afetar, não penetrou em minha pele, em meu ser, não se tornou parte de mim, pois ele nunca lá esteve. Sempre esbarrou na barreira do superficial, na crosta. Quando você não toma uma coisa como sua, ela não te afeta... És indiferente.
Percebi que nunca o tomei como meu, nunca o quis, então realizei comigo... não estou sofrendo por fulano ou ciclano, mas sim porque encarei o que foi feito à mim, como um ultraje. A questão era de mim, para comigo mesma, e não fazia meia curva, foi totalmente egóica. Foi quando toda a tristeza que carregava em meu ser, deu vazão. Pois se o problema que eu tinha, era meu, estava então acabado! Eu me amo, e me permito ser feliz. Decretei e juramentei a lei, vamos nos permitir.
E como quando, na boa e velha lei da atração, e do eterno retorno, uma coisa vai embora, ela abre caminho para outra entrar. Fui tomada por uma imensa felicidade momentanêa. Simplesmente porque pensei em todos os meus familiares, meus amigos sinceros, pessoas amadas que tenho tanto apreço, palavras de apoio, gestos, sorrisos aconcheganentes.... e me peguei ali, parada, com um sorriso no rosto, me sentindo leve como uma pluma, minha felicidade não cabia dentro de mim.
Cá estou eu, livre, leve e solta, como meu espírito gosta de estar... sem amarras, sem feras, sem armas, na nua e crua insustentável leveza do ser... Deliciei-me.
Quando me vi, ali, neste estado extremo de felicidade, a vida veio e me abençou com um presente, quase que um prêmio por ter aberto os olhos para toda a verdade que o mundo nos mostra. Por ter tido vontade de Renascer, e não se contentar em apenas morrer. Me recompensou com um encontro divino.
Uma conversa, sorrisos, olhares, pensamentos, emoções.. Ahhhh .. a quanto não sentia um friozinho na barriga que nos faz lembrar que somos vivos, e humanos, dotados de sentimentos, e não psicopatas...
Um acanhamento em sorrir, um desbaratinamento no olhar, um suor frio de emoção. Estou viva, estou pulsando.
Nesta nova-velha vida que foi me dada, tenho a oportunidade de olhar pra trás, já tendo aprendido com meus erros, e encarar o futuro sem medo, com gana, e o melhor, com vontade de vivê-lo.
Mais forte, mais esperta, mais aberta. Porque se fechar, só porque alguém tentou te adentrar e te ferir, é um erro.
E de erros repetidos, minha vida não precisa mais!
Laila 3õ Zengodábil
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