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Há mulheres que marcam... Eu não, transgrido... eu não marco, eu mato. |
Tenho uma vontade, que corre em minhas veias, a de marcar a sua pele, a sua vida, a sua morte. Mais que uma vontade, eu diria, um desejo, um instinto... é instintivo, sou quase como um bicho, eis minha vicissitude e teu revés. Viver dos sentidos, apenas deles, espreitando, farejando, mordendo, lambendo, arranhando, caçando e se alimentando. Apenas isso, sem muito pensar. Sem muito se questionar, ponderar, apenas seguir os instintos.
O Bicho sabe se permitir. O Bicho vive. O humano morre.
O que o bicho mulher podia-lhe oferecer era apenas instintos.
Ela, caçadora nata, viu nele uma presa ingênua, quase cadavérica, sem muito pensar. Queria sua carcaça, apenas por deleite de poder.
A lei da selva, os fortes sobrevivem, e as cinzas vão os fracos.
Ela tinha um estranho prazer...
Gostava quando doía, quando sangrava, quando a caça agonizava.
E ele, presa ingênua, aceitava.
Com as costas arranhadas e as orelhas mordidas,
ele suplicava pelo deleite e prazer de sua caçadora,
"Me coma...
me coma, mas me ame, é apenas o que peço, me mate, sim, mas me ame... me coma pois sou fraco, e em você serei mais forte"
Mas ela caçadora, com sua frieza calculista, retrucava:
"não me interessa te amar, apenas quero me alimentar de ti, e curar esse mal que me aflinge, essa fome que me mata,
mato a ti hoje, para não morrer amanha" e a caça se debulhava em sua insignificância existencial.
A verdade em si, não era esta,
atrás de seus olhos de cobiça predadora,
ela queria muito mais que apenas usufruí-lo...
Esmerava a dor do outrem.
A presa suplicava que não o torturasse,
mas ela, pisava vagarosamente em cada osso, esmagando-os e sorrindo,
e a cada pressão aumentava-lhe o deleite.
Se alimentava do medo estampado no olhar do moribundo.
a caça debulhou-se em seu ultimo suspiro de dor intensa e medo cristalizado no olhar, morreu. E então pronto,
A predadora já havia terminado sua refeição,
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