"...Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler é por conta própria e auto-risco.. "

quinta-feira, 3 de março de 2011

“Eu sou mansa mas minha função de viver é feroz”

Há mulheres que marcam...
Eu não, transgrido... eu não marco, eu mato.

Tenho uma vontade, que corre em minhas veias, a de marcar a sua pele, a sua vida, a sua morte. Mais que uma vontade, eu diria, um desejo, um instinto... é instintivo, sou quase como um bicho, eis minha vicissitude e teu revés. Viver dos sentidos, apenas deles, espreitando, farejando, mordendo, lambendo, arranhando, caçando e se alimentando. Apenas isso, sem muito pensar. Sem muito se questionar, ponderar, apenas seguir os instintos. 
O Bicho sabe se permitir. O Bicho vive. O humano morre.
O que o bicho mulher podia-lhe oferecer era apenas instintos.
Ela, caçadora nata, viu nele uma presa ingênua, quase cadavérica, sem muito pensar. Queria sua carcaça, apenas por deleite de poder. 
A lei da selva,  os fortes sobrevivem, e as cinzas vão os fracos.

Na verdade, seus instintos iam muito além disso,
Ela tinha um estranho prazer...
Gostava quando doía, quando sangrava, quando a caça agonizava.
E ele, presa ingênua, aceitava.

Com as costas arranhadas e as orelhas mordidas, 
ele suplicava pelo deleite e prazer de sua caçadora,
"Me coma... 

me coma, mas me ame, é apenas o que peço, me mate, sim, mas me ame... me coma pois sou fraco, e em você serei mais forte"
Mas ela caçadora, com sua frieza calculista, retrucava: 
"não me interessa te amar, apenas quero me alimentar de ti, e curar esse mal que me aflinge, essa fome que me mata, 

mato a ti hoje, para não morrer amanha"  e a caça se debulhava em sua insignificância existencial.

A verdade em si, não era esta,
atrás de seus olhos de cobiça predadora,  
ela queria muito mais que apenas usufruí-lo...
Esmerava  a dor do outrem.

A presa suplicava que não o torturasse,
mas ela, pisava vagarosamente em cada osso, esmagando-os e sorrindo,
e a cada pressão aumentava-lhe o deleite.  
Se alimentava do medo estampado no olhar do moribundo.
E quando, não aguentando mais de dor,
a caça debulhou-se em seu ultimo suspiro de dor intensa e medo cristalizado no olhar, morreu. E então pronto,
A predadora já havia terminado sua refeição,

e alimentada, deixou lá a carcaça da caça inteira para os vermes comerem.

Laila^^

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