Addicta

Um cara, no quadrado, e nós, Livres Sem Dor.

O consumo,
e ele me consome... por inteira,

De fora pra dentro,

entra em mim, em toda as minhas células. 

Pela língua, até fundo em minhas veias,

sinto correr o que ele é,
como uma faca na parede.

Me liberta.

Me prende libertando,

me mostra o quão livre sou.

Eu sou Deus?

Não saia da minha cabeça, eu te imploro, perco a dignidade.

Minha prisão da liberdade.

Me conduz mesmo estando eu agora sem rumo.
Me conduz para o nada, o todo.

É ocasional,

mas já não me lembro mais o que é não o querer. 

É ocasional? Toda ocasião é ocasião.

Penso no tempo que perdi sem tê-lo,
mas agora estou vivendo. É vida?

Só vivo se o tiver, e ele só estará vivo em mim

E que mal há nisso?

É morte?

Vi e continuo vendo
e estou gozando nisto,
o quero sempre, pra sempre.

Me observe de longe, você nunca chegará perto

E daí que me rastejo?

Se já estou morta deste lado
em que o nada o significa estar sem ele.

Não me salve.

É gelado e desprazeroso, não é legal.

Tão sem alegria.

Não consigo pensar, mas também já não o quero.

E o que há de errado em querê-lo, e se for o todo o tempo.

Me traz felicidade, a resgata cada minuto em mim.

Só há vida quando há felicidade nela, senão já é morte.

Ele me leva,
levando à uma nova realidade.

Me mostra, 

mostrando muito mais do que jamais quiserá ver

minha real-idade.

Tudo aquilo que apenas tinha ouvido falar

É mentira que estou viciada nele...

Não é?

Só enxergo quando já não vejo mais nada quando olho.

Me observo, e nele vejo quem sou, 

me adentro, nessa que já não sou eu,

agora será nós quem ela é.

Já não sei aonde termino e onde ele começa, nos fundimos.

Ele me guia, estou perdida. 

E o paraíso habita em mim.

O respiro e me sinto, muito mais

Posso ser quem quiser, você não me permite, mas ele sim.

Me completa, o que nada completará, 

somos tudo, e não me falta nada mesmo sempre me faltando algo.

Ele me mostra o céu,

O refém que sempre nem nunca esteve em mim.

É lá bem onde não há mais dor, 

onde somos leves e voamos alto na brisa do mar.

Nos entretemos.

Se brigamos, o inferno me mata

está tudo dentro em nós, 

mas ninguém sabe, nem nunca poderá saber.

Nunca saberão.

Estamos a sós, mas é uma relação intensa

O mais fundo que vamos, o mais raso não quero estar.

Mergulho neste outro mundo que vivemos, e qual o mal há nisso?

O mal é esse mundo. prefiro lá.

Eu te engulo e ele me consome por dentro

Vomito tudo que há dentro de mim, 

Mas não preciso vomitá-lo, pois o sou. 

Completos e somos inalcansáveis

e não ligamos para os outros pensam, nem precisamos deles.

Este outro lado é nosso, apenas nosso

inpalavreável, nunca ninguém saberá como é, sempre faltará um resto.

E o que há de errado em ser feliz?

Um buraco de tristeza gelada se abre e me perfura

estão todos me olhando e criticando, julgando
e eu me preocupando,

e os vomito.

Sinto falta dele.

Porque nos condernármos a sermos tristes para sempre,

se podemos ser felizes brevemente

mesmo que esse breve se torne eternamente.

Quero ser infinitamente feliz mesmo assim.

Sem ele sou só uma pessoa qualquer social e igual.

Me deixe ser igualmente diferente,

Eu o amo e mesmo que se torne um vício, sim, eu o quero.

Paz e Amor

Zengodábil x 6

Laila ૐ